A CVC acaba de anunciar que vai pré-pagar R$ 150 milhões em dívidas — em mais um movimento dentro de sua estratégia de desalavancagem, que começou há dois anos.
A gigante do turismo tem uma dívida total de R$ 985 milhões, dos quais R$ 550 milhões são de debêntures. O restante são dívidas de antecipação de recebíveis que ela tem principalmente com as empresas de adquirência.
A CVC vai pré-pagar parte de suas debêntures, que têm um custo médio de CDI + 4,5% e cujo total vai cair agora para R$ 400 milhões. Além disso, a companhia vai antecipar o pagamento de juros num montante de R$ 46 milhões.
O pré-pagamento vem depois da CVC ter executado um turnaround robusto na operação, voltando a crescer top line, aumentando seu EBITDA e voltando a gerar caixa operacional.
O CEO Fabio Godinho disse que agora a grande âncora que tem segurado a ação da CVC é o nível de endividamento.
“Quando nosso rating foi elevado pela Fitch, no final do ano passado, já renegociamos os termos da dívida, dobrando a duration e reduzindo o spread pela metade. Agora, damos mais um passo importante com esse pré-pagamento,” disse ele.
O CEO disse ainda que o pré-pagamento só foi possível pela melhor gestão do capital de giro, com a venda de produtos exclusivos, por exemplo, que consomem menos capital de giro. “Com isso, melhoramos a geração de caixa da companhia, o que abriu espaço para esse pré-pagamento.”
No segundo tri, a CVC teve uma geração de caixa operacional de R$ 131 milhões. A CVC está antecipando em mais de um ano a amortização, já que o vencimento mais próximo que ela tinha era em novembro de 2026, no valor de R$ 110 milhões.
Outro fator que contribuiu para viabilizar o pré-pagamento, segundo o CFO Felipe Gomes, foi a renegociação que a empresa concluiu agora dos termos do contrato com a GetNet, que faz toda a adquirência da vertical B2C da CVC.
“Conseguimos uma condição para a antecipação bem mais atrativa do que tínhamos antes, fruto desse novo momento da companhia,” disse ele. “Isso nós deu um conforto muito maior para fazer o pré-pagamento e direcionar mais as dívidas para a antecipação, que tem taxas bem mais atrativas.”
O CFO não abre qual foi a taxa negociada com a GetNet, mas diz que o spread caiu pela metade. No total, considerando os contratos que a CVC tem com outras adquirentes, o custo de antecipação da companhia ficará agora em torno de CDI + 1,5%.
Após a operação, a alavancagem da CVC — que foi de 7x EBITDA há dois anos, antes da entrada da nova gestão — vai ficar em menos de 2x EBITDA, em linha com a alavancagem média das empresas do Ibovespa (1,9x).
A companhia também vai reduzir suas despesas financeiras com juros. O CFO disse que a CVC vinha gastando cerca de R$ 70 milhões por trimestre com os juros das dívidas, um número que vai cair em R$ 5 milhões agora.
A CVC vale R$ 1 bilhão na B3. Sua ação sobe 39% desde o início do ano, mas está de lado nos últimos 12 meses. Desde o high, em junho de 2021, o papel cai mais de 90%.
Jornalista, para entrar em contato com a nossa equipe de Comunicação, envie um e-mail com a solicitação e seus contatos para
Imprensa@cvccorp.com.br